A "foto de Família"
Lindoso
Há dias anunciei aqui o XXIII Encontro de Fotógrafos e Blogues, mais uma vez organizado pela Associação de Fotografia e Gravura Lumbudus. Encontro que ontem se levou a efeito e ao qual eu não poderia faltar, não só por pertencer à Associação Lumbudus mas também porque ainda não faltei a nenhum dos Encontros, e este, tal como os restantes, prometia, e depois, de vez em quando, também sabe bem sair de Trás-os-Montes, mesmo que não seja para muito longe, como foi o caso.
Lindoso
Pois no itinerário do programa tínhamos Celanova (Galiza), Lindoso, Soajo, Porta do Mezio, Arcos de Valdevez e Ponte da Barca, ou seja o Alto-Minho e Terras de Vez, com uma passagem pela Galiza, esta porque dava jeito ao itinerário, mas não só, pois é sempre com gosto que vamos até terras galegas, não fossem eles os nossos irmãos do Norte.
Lindoso
Pois quase tudo se cumpriu, com exceção para Ponte da Barca, pois já se sabe que por muito tempo que se dê para as paragens obrigatórias, o tempo quanto se trata de fotografar é sempre curto, e depois há sempre uns que se entusiasmam mais que os outros e vão-se perdendo em contemplações. Nada que não esteja previsto, mas mesmo assim, nestas coisas, nunca há previsão que acerte de todo.
Lindoso
Claro que cada uma das localidades que visitamos, para ser desfrutada por completo, mereciam todo o tempo de um dia, mas estes encontros são mais para a descoberta do que para a apreciação plena. A descoberta para um dia mais tarde, nas calmas, podermos então desfrutar delas em pleno, isto sempre que aquilo que visitámos nos agrade.
Vista desde o Lindoso
Nestas coisas do desfrutar conta tudo, pois se os olhos desfrutam no que veem e podem ser confortados com as imagens que as câmara fotográficas vão tomando, há que confortar também os estômagos onde a gastronomia local vai sendo privilegiada, mas há outros gostos a confortar, pois num grupo tão grande há sempre diferentes interesses nas descobertas que se fazem e se uns são mais de gostar da natureza, outros gostam da história, outros das estórias dos locais, outros da cultura, e por aí fora com outros interesses até menos comuns, mas no fim do dia o que interessa mesmo é um dia bem passado e diferente daqueles que passámos por cá todos os dias.
Soajo
Então em Celanova, onde aproveitámos para tomar a “foto de família”, apenas houve tempo para visitar a praça principal e um pouco do Mosteiro, pelo menos deu para desfrutar da sua imponência exterior com visitas muito breves a algumas partes do seu interior, como a um dos seus claustros.
Soajo
Mas como já atrás dissemos o nosso destino eram mesmo as Terras de Vez, do Alto-Minho, com reentrada em Portugal pela antiga fronteira de Lindoso, onde aí sim, a paragem era obrigatória para conhecer o Forte e suponho que a maior concentração de espigueiros, ou canastros se preferirem.
Também convém referir que quase todo o nosso itinerário (com visitas) era feito com o Gerês por companhia, pelo que paisagens para apreciação foi coisa que não faltou.
Soajo
Do Lindoso passámos para a Vila do Soajo, já noutro concelho, com o verde por companhia entre as duas localidades. Soajo onde também os espigueiros (canastros) não têm um forte por companhia, nem são em tanta quantidade, mas apresentam-se também eles num aglomerado interessante e com vistas à escolha do apreciador, com montanhas por um lado, pequenos vales por outro e a própria vila por outro.
Soajo
Vila do Soajo onde a mesa minhota foi posta à nossa disposição onde as papas de sarrabulho, os rojões à minhota e o vinho verde eram obrigatórios. Claro que estas coisas da gastronomia têm de ser tomadas com calma, sem pressas, pois há mais sentidos para além do olhar a serem empregues nesta arte de apreciação e daí o tempo nestas paragens ser mais alargado.
Porta do Mezio
A seguir ao Soajo tínhamos a Porta do Mezio, uma das entradas no Parque da Peneda-Gerês cuja boas vindas são dadas por alguns garranos que vão desfrutando da frescura da erva. Confesso que quando entrei vi por lá a sombra de uma árvore sobre a relva a olhar para mim e foi amor à primeira vista e, claro, não poderia rejeitar o convite para a assossega dos rojões, mas deu para contemplar as esculturas da bicheza. Gostei da do Lince, das aves noturnas e da cabeça da cobra embora aqui no post só caibam duas. Quanto ao resto, é um dos locais onde para se apreciar devidamente se terá de dedicar todo o dia, de preferência.
Porta do Mezio
E da Porta do Mezio a Arcos de Valdevez é um passo e confesso que foi uma agradável descoberta, mesmo que a visita fosse breve, mas deu para observar como a Vila desfruta da companhia do seu rio, o Rio Vez, não poluído, com uma praia fluvial, uma grande alameda pedonal entre uma das ruas principais e o rio e uma belíssima ponte romana ainda com guarda em pedra.
Arcos de Valedevez
Também o seu Centro Histórico é interessante, pelo menos aquele que deu tempo para visitar e onde se concentram os principais edifícios públicos da vila, como o edifício da Câmara Municipal, o Arquivo Municipal, a Igreja, entre outros. Sem dúvida uma vila que merece uma estadia mais prolongada, pois esta nem sequer deu para tomar o cliché da ponte romana, aquele que é muito parecido ao nosso com o convívio da ponte, do rio e do casario da Madalena, mas penso que no grupo ainda houve que chegasse até ele.
Arcos de Valdevez
E é tudo, fica um pouco daquilo que se viu onde sem qualquer dúvida os espigueiros (canastros) do Lindoso e do Soajo foram reis e senhores ficando a Porta do Mezio e Arcos de Valdevez debaixo de olho para uma próxima oportunidade onde o tempo dos relógios não sejam um entrave a uma apreciação com alguma dignidade.
Fica também o agradecimento à nossa amiga de Arco de Valdevez pela sugestão do itinerário e companhia, ao restaurante “Videira” do Soajo pelas iguarias e à Porta do Mezio pela simpatia e a atenção.
Fer.Ribeiro (1)
(1) - Este post foi quase na íntegra também publicado em silmultâneo no Blog Chaves.
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